31.3.04

Eu não sei fazer poesia, mas que se foda!* 

Muitas e muitas vezes eu páro pra pensar em como sou e chego à conclusão que se ouvisse mais rádio, eu seria uma pessoa menos chata. E digo menos chata no sentido de não ser tão ranzinza ou exigente. É que eu acho que começaria a aceitar qualquer coisa que me impusessem sem pensar muito, sem criticar. Essa coisa de fazer parte da massa, de gostar do popular — no sentido denotativo (não consegui achar outra palavra) — mesmo. Deve dar menos trabalho programar umas três ou quatro estações FM da moda no rádio do carro ao invés de perder horas e horas pesquisando onde posso encontrar o CD daquela banda "estranha" ou "desconhecida" de que eu gosto. E o pior é que uma (pequena) parte de mim cisma em pensar que isso me faria realmente mais feliz. Sei lá, talvez eu começasse também a ler esses livros de auto-ajuda, elegesse o Paulo Coelho como meu mestre e as coisas resolvessem andar de vez. Talvez eu comecasse a aceitar as coisas do jeito que estão, sem querer tudo no lugar certo. Talvez eu finalmente perdesse essa minha mania de fazer tudo perfeito e não ligasse pra quando os outros fizessem a parte deles de qualquer jeito. Pode ser que o que está faltando na minha vida seja uma boa dose de Justin Timberlake com Beyoncè ou de um pouco de Detonautas na veia. Quem sabe assim eu conseguiria entender alguém que considera LS Jack a melhor banda do mundo. Ou então, melhor ainda, isso não faria mais tanta diferença assim pra mim.

*verso da música "Eu não uso sapato", Acústico MTV Charlie Brown Jr.


28.3.04

A Paixão de Cristo 

É impossível, após assistir a esse filme, sair do cinema da mesma forma que você entrou. Eu, pelo menos, não consegui. E espero que todas essas coisas que passaram pela minha cabeça continuem por aqui pra sempre.


26.3.04

"Mas ela sentia a verdade em forma de peso no coração, e não sabia o que era. Embora estivesse pesando cada vez mais como se toda ela fosse o próprio coração dormente."
(Clarice Lispector, em "A maçã no escuro")


24.3.04

É caminhando que se faz o caminho 

Black Crowes — Soul singing

Hoje foi a quarta vez em seis dias seguidos que eu fui pra São Paulo naquele esquema louco de bate-e-volta, sem nem ter tempo pra pensar em respirar um pouquinho mais daquele ar poluído e aproveitar o clima de metrópole que eu tanto gosto, ou então de dar um pulinho na Paulista pra ver as exposições do Sesc ou do Masp. Mas mesmo assim valeu a pena. Assisti a uma palestra ótima com a editora de arte da revista Recreio, aprendi mais um pouquinho e me apaixonei mais um tantão. É incrível como a cada dia eu tenho mais certeza de que lá é o meu lugar. Isso é tão forte pra mim... é como se eu fosse uma peça que encaixaria direitinho naquela revista, sabe? Preciso arranjar um jeito de convencer o pessoal de lá disso e fazer uma campanha legal pra me contratarem — ia ser perfeito! E, na volta, um menininho de uns três anos quis se sentar ao meu lado no metrô quase vazio. Ele veio me paquerando o caminho inteiro com olhares e sorrisos, até que tirou o boné e me mostrou a cabeça carequinha, como os Meninos Pelados do Graciliano Ramos. Aí a mãe me contou que ele tem câncer e que estavam voltando da sessão de químio. Enquanto eu brincava com ele, percebi como um pouquinho de atenção ou um sorriso que seja pode fazer tanta diferença pra alguém que está precisando. Depois que ele desceu com a mãe, vim pensando em possibilidades, em algumas portas que podem estar se abrindo, nas outras que eu vou tentando abrir à força e até consegui vislumbrar algumas luzes no fim desse meu túnel. Porque eu sei que não tenho do que reclamar, mesmo quando a minha aluna me dá cano pela segunda vez nessa semana e eu preciso ficar esperando lá na escola sem ter o que fazer. Nessa hora vazia, descobri que não há nada melhor que ficar cantando e me imaginando dentro das músicas. Quando finalmente a espera em vão acabou, fui até a faculdade pra buscar o certificado da Menção Honrosa do meu TCC e me senti, pela primeira vez, formada e jornalista. Uma sensação muito boa de papel bem cumprido e a certeza de que meu nome vai ser lembrado por um bom tempo lá naquele curso (por uma boa razão). Agora é confiar, fazer o melhor que eu sei e ter paciência pra esperar a minha hora. E pra terminar o post, copio a frase que fechou a palestra, pra não me esquecer dessa fórmulinha simples: "A gente não pára de brincar porque envelhece. A gente envelhece porque pára de brincar." (Oliver Wendell Holmes)


23.3.04

Mas tudo bem, tudo bom
Uns têm, outros não; uns vêm, outros vão...


Depois de amanhã está quase aí, uma resposta (eu espero que afirmativa) vai chegar, um pedaço da minha vida vai embora, algumas pessoas reaparecem do nada, um quarto se transforma em um quarteirão, a única boca que eu beijaria agora sem nenhum peso na consciência é a de um amigo gay super bem resolvido, o caminho se divide em várias escolhas, um grande ponto de interrogação aparece na minha frente, estou muito carente de abraços e eu preciso urgentemente aprender a controlar essa minha ansiedade (não posso transformá-la em calorias ingeridas de jeito nenhum!). Pelo menos hoje descobri o que está me fazendo surda desde a semana passada. Bom, na verdade eu não descobri, mas o otorrinolaringologista (sempre adorei essa palavra!) disse que é algo ligado à minha rinite — um dos canais auditivos está bloqueado por causa de uma inflamação (ou algo parecido) — e me receitou apenas três remédios. É, deve ser uma coisinha de nada mesmo...


21.3.04

Shake it like a polaroid picture 

Outkast — Hey ya

É, eu não consigo mesmo resistir a essa música. E já estou me convencendo de que quase ninguém consegue manter todos os músculos do corpo relaxados quando a ouve tocar — ontem até o meu pai, que não gosta de dançar, começou a balançar a cabeça e a batucar com os dedos na direção do carro. Talvez se tivesse tocado "Hey Ya" lá no segundo dia da inauguração da nova danceteria daqui eu tivesse me animado um pouquinho. Sabe, eu acho que cansei disso aqui. Sempre as mesmas caras, aquela mesma pose ridícula de quem aparece nas colunas sociais e acha que por isso é melhor que os outros. Chega uma hora em que a paciência pra essas coisas acaba e eu preciso apelar para as minhas caipirinhas de saquê com kiwi pra não sair correndo feito uma louca no meio daquela gente. E o pior é que nem isso adiantou: continuei me sentindo uma intrusa. Tanto que fui embora antes das 3 horas, o que é quase impossível de acontecer por minha livre e espontânea vontade depois de alguns goles da poção mágica. Ok, ontem não foi o meu dia mesmo depois de passar uma tarde agradável com os meus primos e uma ninhada super fofa de cachorrinhos. Talvez porque essa história de ficar brincando com as pessoas ou inventando joguinhos perdeu a graça. Talvez porque as pessoas que eu quero têm andado muito longe de mim. Ou então porque a TPM já chegou e trouxe junto essa impressão de que todas as peças estão fora dos seus lugares. A terceira opção me parece ser a correta, acabei de me lembrar de que devorei uns 2 quilos de chocolate durante a tarde de hoje — será que o meu bode com tardes de domingo está voltando? — e continuo morrendo de vontade de atacar aquele ovo Sonho de Valsa que o meu pai trouxe. Mas preciso resistir e voltar a levar a minha dieta a sério. Ou eu emagreço de uma vez ou não vou conseguir entrar no vestido que comprei pra minha formatura. Porque, é claro, eu escolhi o que me deixava mais bonita [usei bonita porque achei que se colocasse um gostosa aqui ia ficar parecendo convencida] e ele ficou super certinho no corpo. E se eu ganhar um grama, ele não fecha mais. Pra vocês, homens, perceberem como as mulheres sofrem... isso sem contar depilação (com cera quente, que é pior), cólica e absorventes todo mês, pílula, escova e chapinha, retoque nas raízes do cabelo, sutiã apertando o tempo todo, salto alto e, além de tudo isso, trabalho, filhos e marido (ainda bem que eu não preciso me preocupar com alguns dos ítens dessa lista). Mas como nem tudo é tão ruim assim, dei umas boas risadas com Como perder um homem em 10 dias e descobri que eu posso ter levado uma meia dúzia de pés na bunda por causa das coisas que eu fiz. E por falar em pé na bunda, essa semana eu me inscrevi lá naquele programa da MTV. Pode dizer, é o fim da picada.


20.3.04

You close your eyes
And leave me naked by your side
You close the door so I can't see
The love you keep inside
The love you keep for me

It fills me up
It feels like living in a dream
It fills me up so I can't see
The love you keep inside
The love you keep for me

I stay to watch you fade away
I dream of you tonight
Tomorrow you'll be gone
It gives me time to stay, to watch you fade away
I dream of you tonight
Tomorrow you'll be gone
I wish by god you'll stay

I stay awake
I stay awake and watch you breathe
I stay awake and watch you fly,
Away into the night
Escaping through a dream

I stay to watch you fade away
I dream of you tonight
Tomorrow you'll be gone
It gives me time to stay
To watch you fade away
I dream of you tonight
Tomorrow you'll be gone
I wish by God you'll stay...

["The second you sleep", Saybia]


19.3.04

O mundo anda cada vez mais rápido e eu sinto que vou ficando pra trás 

Muse — Megalomania

Parece que de repente as coisas resolveram andar numa velocidade tão rápida que eu já não consigo acompanhar. Fico meio perdida, me sinto tonta, me deixam pra trás. Finalmente consegui marcar dois encontros que não conseguia desde dezembro e nem acreditei. Hoje é um deles e eu estou nervosa. Inexplicavelmente nervosa. Talvez porque sejam as minhas "últimas esperanças" e, se não sair nada dessas conversas não vou saber pra onde correr. Mas aí eu tento pensar que se eu já consegui tanta coisa legal até agora, é porque existe uma razão e começo a acreditar que sou capaz. E nesses últimos dias eu tenho percebido que sim, eu devo mesmo ser especial como sempre repetem. Porque tem tanta gente legal que gosta de mim, não pode ser tudo encenação. Ontem quando cheguei em casa, por exemplo, tinha um envelope "gordinho" me esperando em cima da mesa. Abri, toda feliz e vi que era mesmo a bonequinha linda que a minha amiga querida fez pra mim. E ela trouxe junto uma cartinha que, enquanto eu lia, percebia o carinho com que foi escrita. Eu amei, viu? E essas coisas fazem um bem enorme pra mim... O problema é que nem sempre eu consigo retribuir do mesmo jeito. Mas agora preciso correr. O mundo não me espera!


15.3.04

No one gets to come in 

Counting Crows — Colorblind

Ultimamente tenho andado tão estranha comigo mesma que nem consigo explicar. Sensação esquisita de estar empurrando o mundo com a barriga pra não ter que me preocupar com as coisas sérias. E por falar em barriga, acho que só nessa semana vou recuperar todos os (poucos) quilos que consegui perder com a minha dieta nesses mais de 3 meses e ainda ganhar uns de brinde por causa dos alfajores e dos abusos que tenho cometido. Como disse meu endocrinologista, eu desconto as minhas mudanças de humor na comida e acabo exagerando. Aí eu coloco uma camisetinha mais curta, fico olhando pras gordurinhas que escapam, me sinto gorda e como mais ainda. É que anda tudo tão sem graça no meu mundo... Antes eu reclamava que ninguém se lembrava de mim e que ficava largada em casa sem ter o que fazer. Agora chega o fim (ou mesmo o meio) da semana e vários números diferentes aparecem na telinha do meu celular com os convites mais diferentes e eu não tenho vontade de aceitar nenhum — ontem foi assim e preferi ficar em casa vendo Todo Poderoso com a minha mãe. Porque eu saio e me sinto uma estranha no ninho, não tenho vontade de conversar com ninguém, não tenho vontade de ficar com ninguém, ninguém me interessa. E aí me sinto velha, rabugenta. Uma chata. E eu sei que assim vou continuar sozinha, me sentindo abandonada quando o domingo acaba e sem ter ninguém pra ligar e dizer que estou com saudades. Porque eu tenho saudades de uma coisa que não existe... E o que eu faço com esse meu ouvido direito que resolveu tirar férias e não funciona por nada?


14.3.04

Quem me dera poder consertar tudo que fiz... 

Los Hermanos — Primavera

Já não consigo mais dormir direito. Minhas noites têm sido agitadas, meus sonhos são violentos. Acordo sem fôlego, às vezes estremeço só com as lembranças. Mesmo assim (e talvez por isso mesmo) tenho vontade de hibernar. Pra ver se de alguma forma eu dou um jeito de remover as marcas na vitrine do meu coração que está definhando, murchando cada dia mais. Se eu não fizer alguma coisa, daqui a pouco esse frio glacial que eu sinto aqui dentro vai transformá-lo numa pedra de gelo. Na verdade, acho que falta um pouco de força de vontade. Mas a preguiça é maior. E agora ele inventou de criar asas que o levam pra longe de vez em quando e fica tão difícil de fazê-lo voltar... Um guincho talvez resolvese o problema. Só que meu coração é teimoso. Está mais espertinho do que eu. Nada que uma garrafa de vinho, uma sessão nostalgia e algumas lágrimas jogadas pra fora não resolvam. E que a vitória chegue logo ao vencedor porque eu já estou me cansando de esperar. Mas sabe? Eu nego, repito, escrevo, penso tudo ao contrário pra tentar me enganar, mas não consigo. Não tem jeito mesmo. E o olhar que eu guardo na lembrança ainda traz a esperança de estar ao teu ladinho numa próxima estação...
(Essas músicas que tocam na hora certa acabam comigo.)


13.3.04

Adeus dieta! 

Meu pai voltou da Argentina ontem e trouxe na mala DUAS caixas grandes de alfajores. Até parece que eu vou conseguir resistir, né?


12.3.04

High Fi 

Incubus — Clean

Cada vez mais me identifico com Rob Fleaming e suas teorias sobre as pessoas e seus gostos musicais...


Pra não esquecer mais das coisas que tenho pra falar 

Arid — Little Things of Venom

. Apesar de uma looonga espera, ontem chegou a minha encomenda da Sensorial: um pacote com o CD do Barfly, o livro do Randall, uns zines (que eu ainda não tive tempo de olhar) e um cdzinho de brinde. Nem preciso repetir que o livro é ótimo, mas o CD realmente me surpreendeu. Eu esperava que fosse bom, mas não sabia que era tão bom assim. Adorei mesmo.

. Se existe alguma coisa que me irrita profundamente, essa coisa é TER que dar dinheiro pros caras que ficam "tomando conta" do carro na rua. Outro dia saí com o carro da minha mãe pra fazer um monte de coisas pra ela e cada vez que eu entregava a moedinha (porque eu me recuso a dar mais que 50 centavos), me dava uma raiva de pensar que eu tinha trabalhado pra ganhá-la e aquele cara que estava ali, descansando na sombra, ia ganhar muito mais sem fazer nada. Porque será que alguém acredita que ele REALMENTE faria alguma coisa se alguém resolvesse estourar o vidro pra roubar o rádio?

. Acho engraçado ver pessoas que se acham "róquenrol" só porque compraram um coturno e começaram a usar mais roupas pretas. Mas às vezes acho que só porque pinto o cabelo de vermelho eu fico pensando que tenho atitude. E começo a me achar idiota por causa disso.

. Sou só eu ou mais alguém lembra daquela música bobinha que o Caetano canta quando ouve falar dos atentados do ETA na Espanha?


Enquanto houver sol 

Eu acho que Titãs é passado. O Acústico resume bem a carreira deles (pra mim) e depois disso não se salva muita coisa — pra falar a verdade, nem presto muita atenção neles. Pode parecer ridículo, só que hoje eu estava meio pensativa, um pouco desanimada e um amigo me mandou a letra dessa música nova que está tocando na novela. E, de alguma forma, isso me fez bem. Vai me entender...

Quando não houver saída,
Quando não houver mais solução
Ainda há de haver saída,
Nenhuma idéia vale uma vida.
Quando não houver esperança,
Quando não restar nem ilusão,
Ainda há de haver esperança
E em cada um de nós, algo de uma criança.

Quando não houver caminho,
Mesmo sem amor, sem direção,
A sós ninguém está sozinho,
É caminhando que se faz o caminho.
Quando não houver desejo,
Quando não restar nem mesmo dor,
Ainda há de haver desejo
Em cada um de nós, aonde Deus colocou.

Enquanto houver sol, enquanto houver sol,
Ainda haverá...



11.3.04

Meninas, eu vi! 

Alanis Morissette — Hands Clean

Nada mal uma baladinha bem no meio da semana pra dar uma descontraída, né? E posso dizer que é melhor ainda quando você consegue se divertir sem se preocupar com nada e ainda por cima não tem horário pra voltar pra casa em plena manhã de quinta-feira (esse é o lado bom de não ter um emprego) e pode chegar 10 minutos antes do despertador da sua irmã tocar. Mas preciso dizer que a minha noite foi digna de Celebridades — sim, a novela. Porque — meninas, babem! — eu vi Caio Mendes e aqueles olhos liiindos de pertinho. Sei lá o que ele estava fazendo aqui e infelizmente não sei o nome verdadeiro do rapaz (e estou com preguiça de ir até o google pra descobrir), mas ganhei uns minutinhos de atenção e pude perceber que ele tem um sorriso maravilhoso, é super simpático e muito mais bonito do que parece ser na televisão — fico imaginando quão bonito não deve ser o Fábio Assunção, que já é lindo na telinha. Entretanto, o momento surreal da festa foi quando um cara que eu nem imagino quem seja olhou pra minha cara, recitou o endereço da minha casa, virou as costas e foi embora. Ainda estou tentando encontrar uma explicação pra isso. E parece que só agora eu consigo entender realmente o que diz essa música da Alanis: This could get messy but you don't seem to mind/ Don't go telling everybody and overlook this supposed crime. Falando nisso, eu preciso encontrar meus CDs. Não é possível que eles não reapareçam nunca mais!


9.3.04

My happiness is wheverever I find it 

Verve Pipe — Happiness is

Li dia desses num blog que o frio traz a carência. Comigo também é assim. Por isso, apesar de adorar dias frios quando tenho uma companhia agradável e/ou posso me acabar de comer chocolate, prefiro os dias quentes, ensolarados, alegres. Eu me levanto tão leve que nem reclamo de ter arrumado o despertador pra uma hora mais cedo do que tinha que acordar. E também vou dormir leve, depois de gastar uns bons minutos admirando a lua e contando as estrelinhas numa noite sem nuvens. Pra mim, isso é felicidade. E tanta gente passa pelo mundo e nem percebe a lua crescendo e sumindo no céu, o sol brilhando e depois colorindo o céu quando se põe, as árvores perdendo as folhas e se enfeitando de flores, a borboleta brincando entre as plantas, os passarinhos cantando... E tudo isso é de graça. Uma das coisas de que eu mais gostava quando ia pra Campinas era gastar as tardes de sexta-feira naquela pracinha central da Unicamp prestando atenção nas árvores dançando com o vento, vendo as folhas caindo, ouvindo aquele som das cigarras e, depois, tomar chuva na volta. Tudo bem que a companhia ajudava, mas era tão gostoso que eu nem via o tempo passar. Acho que todo mundo devia reservar uns minutinhos por semana pra sentar numa praça e ficar observando a vida ao seu redor. Isso faz um bem tão grande que, com certeza, essa loucura de estresse ia diminuir muito.
E mais uma vez eu acabei fugindo do que vim escrever...


8.3.04

As baquetas que salvam uma noite de domingo 

Black Crowes — Kickin' my heart around

Ringo Star. Igor Cavalera. João Barone. Haroldo do Skank. Fabrizio Moretti. Chad Smith. Matt Cameron. Travis Barker. Neil Primrose. Alan White. Sady Homrich. Jon Lee. Butch Vig. Eric Kretz. Jacob Slichter. O que todos esses nomes têm em comum? As baquetas. Não sei explicar o porquê, mas bateristas sempre me chamaram a atenção. Sempre. E continuam chamando, como percebi hoje. E o que a cerveja faz comigo, né? Tomei uns golinhos dos copos dos outros — mesmo sem gostar muito daquele gosto amargo e sem graça — e acabei ficando toda alegrinha com minhas unhas e meus cabelos finalmente super vermelhos de novo \o/, meu decotão e o axé que começou a tocar no barzinho de repente, bem depois de Vou Deixar — se pelo menos eu soubesse os passinhos... Quem diria. Acabei de chegar em casa e agora eu fico pensando que nem lembro direito da cara do menino pra quem dei o número do meu celular — decorei o endereço do site deles que estava lá no banner, mas esqueci. Só lembro que achei lindo ele tocando e fiquei babando o show inteiro. Mas depois, quando ele veio falar comigo, eu disse oi e saí andando. Burra, me arrependi. Aí voltei e deixei meu telefone anotado num papelzinho antes de ir embora. E eu consigo ser engraçada, acreditem. Quem me entende? Ele deve ter me achado *a* louca. (Acabei de encontrar o site da banda dele no Google. E até que o menino não é tão diferente do que eu lembrava.) Whatever, me diverti como nunca. E azar de quem prefere ir a lugares que tocam pagode a noite inteira ao invés de desfrutar da minha companhia. Porque pode ser muito interessante sair comigo. Ou divertido. Bom, pelo menos foi o que acabaram de me falar... E até agora eu não consegui entender como os meus dois CDs da Alanis foram sumir do meu quarto. Minha irmã disse que eu parecia uma louquinha sentada lá no chão procurando milhares de vezes entre os meus discos, lendo o nome de cada banda em voz alta e re-contando todos para confirmar que eu não tinha pulado nenhum. Vai ver eles resolveram se desintegrar ou então foram dar uma voltinha por aí. Carência, vai saber — confesso que eles andaram meio esquecidos (culpa das MP3, eu juro!). Espero que voltem em breve, porque hoje eu senti muita falta deles. Principalmente depois que descobri que não há nada melhor que ouvir minhas músicas no DVD da sala, ainda mais agora com aquelas caixinhas espalhadas por todos os cantos. Hoje à tarde me senti num show particular dos Strokes, com o Julian cantando só pra mim. Aliás, eles estão no Z!ne desta semana. Se eu fosse você não perdia tempo e dava um pulo lá agorinha mesmo pra ler meu texto — tem outras coisas boas também! E esse telefone que não toca nunca... tudo culpa dessa lua cheia lindona que está olhando pra mim lá do céu. Melhor ir dormir logo, chega de falar besteira por hoje.


5.3.04

I know who I want to take me home 

Semisonic — Closing time

Meu joelho continua doendo e, de tanto que eu reclamei, minha mãe me arrastou pro ortopedista contra a minha vontade. Ele olhou, examinou, apertou, mexeu e pediu uma radiografia. E constatou que não tem nada de errado com ele. Ok, então. Mais uma vez (quem aqui se lembra da saga do ombro que doía sem razão?) eu estou mentindo. Antes fosse porque, pelo que eu sei, mentira não dói — bom, pelo menos nesse caso não doeria. Mas tudo bem, hoje eu descobri que minha banda preferida é Semisonic mesmo, não tem jeito. Agora já sei o que responder quando me perguntarem o que gosto de ouvir. Porque as pessoas costumam desistir de ouvir a resposta quando eu começo a pensar e a fazer listas quilométricas na minha cabeça antes de falar alguma coisa. Peguei todas as músicas deles e até os covers e as ao vivo (já que descobri que os outros CDs que eu não tenho custam algo entre 40 e 50 reais) e eu gosto de todas — umas menos, outras mais, mas não "desgosto" de nenhuma. Pensando bem, preciso comprar uns CD-Rs para, finalmente, estreiar o gravador de CDs que eu ganhei de aniversário da minha irmã e completar minha discoteca sem gastar todos os meus centavos. É, eu reclamo dela e tal mas, apesar de ter usado meu presente como desculpa, ela até que sabe ser legal de vez em quando. E hoje é sexta, de novo. Dia de sair, se divertir, dançar, conversar... E, apesar das três opções que eu tenho para essa noite, esse friozinho me deixa com uma preguiça gigante e eu tenho vontade de ficar em casa. Sozinha, ok. Mas debaixo das cobertas. Aham, quem acredita? Ainda mais agora, nessa minha fase fun fun fun. Eu só não queria terminar a minha noite de sexta-feira ao lado de Chorão e cia. I know who I want to take me home...


4.3.04

Últimas palavras antes de dormir 

ou porque o cérebro não quer desligar

Duas e meia da madrugada e eu aqui, escrevendo enquanto devia estar estudando pra minha prova de Francês de amanhã ou dormindo. Então olho pro espelho e vejo só um pedaço da camiseta verde limão em contraste com o cabelo vermelho e não sei porque imaginei um herói de história em quadrinhos — pena que não tenho uma câmera aqui pra registrar essa cena. A calça jeans antiga que voltou a servir — é, emagreci na barriga mas também perdi um pouco de bunda, como previsto — e a sandália velha que comprei só por causa das bolinhas na sola completam o figurino. Continuo ouvindo The Clash porque adoro ganhar presentinhos. A noite está quente, estou com sede. Queria um copo de água bem gelada, mas a preguiça de ir até o filtro é maior. E tem também o meu joelho que dói. O osso, o ligamento e a pele ralada, tudo junto. Acabei de perceber que bati bem em cima da minha cicatriz e, conseqüentemente, do pedacinho onde o ligamento foi rompido quando caí no trilho da porta da cozinha. Está bem inchado nessa parte. Com tanto lugar pra machucar... Alguém mais desastrada do que eu? Provavelmente não. Haja pomadas e géis (??) e anti-inflamatórios — nem vou ao ortopedista pra não inventar fisioterapia de novo. E ainda tem gente que acha legal enfiar anzóis gigantes e se pendurar pelos joelhos. Tenho calafrios de nervoso só de lembrar da dor que me fez desmaiar quando caí na cozinha. Gente doente...


3.3.04

Et les nuages arrivent... 

The Clash — I'm not down

Então o céu azul vai ficando cada vez mais cinza e aquele dia alegre se transforma em triste. Aí eu começo a pensar na aula que eu vou dar daqui a pouco e me dá uma preguiça enorme. Porque é complicado dar aula pra quem não quer aprender. Ou melhor, pra quem acha que não precisa aprender. É que essa minha aluna é formada em Letras e, apesar de estar matriculada num curso de Inglês porque não sabe muita coisa, fica me desafiando na sala de aula. Com aquele ar de superior, sabe? E eu tenho que ficar me controlando o tempo todo pra não mandá-la pro espaço. O que mais me espanta é que ela pegou uma classificação ótima (mesmo, sem ironia) no concurso que teve para professores do Estado. Se ela que não tem condições de dar aulas ficou atrás de umas poucas pessoas na classificação, fico imaginando quem vão ser os professores da rede estadual de ensino. Aliás, eu até sei. Uma outra aluna minha é professora de Inglês. Para ter uma noção do que os alunos do Estado estão aprendendo, na semana passada eu ensinei o comparativo e o superlativo pra ela. É nessas horas que eu fico pensando porque alguém que é qualificado mas não tem o diploma não pode se inscrever nesses concursos. Porque isso é um círculo vicioso que não vai acabar nunca se continuar assim: os professores são mal preparados, os alunos aprendem cada vez menos e se tornam professores cada vez piores, com cada vez menos informações para passar pros alunos. Não é possível que só eu veja isso dessa forma... Mais uma vez acabei fugindo totalmente do assunto inicial — deve ser por isso que meus posts têm cada vez menos comentários. Mas é que essas coisas me incomodam. E incomodam mais ainda quando não posso fazer nada pra mudá-las.


Um novo começo, quem sabe 

The Clash — Lost in the supermarket

Fui dormir e acordei ouvindo The Clash. Porque amigos são aqueles que se importam com a gente e não aqueles que se lebram do nosso telefone ou endereço só nos momentos difíceis. E, mesmo chegando em casa suada, acabada e com o joelho estourado e dolorido (adivinham se eu não ia cair no meio da Av. das Nações Unidas!), trouxe na bolsa um montão de novas esperanças. É, pode ser que eu esteja começando a dar os primeiros passos do meu caminho. E eu vinha cheia de dúvidas no ônibus, pensando se é isso que eu devo fazer, mesmo sem saber o que esperar depois e começo a ouvir a conversa dos dois homens que estavam sentados atrás de mim: a gente deve ir atrás e lutar pelo que queremos; se não der certo, pelo menos vamos ter a certeza de que fizemos o possível. Então é isso que eu vou fazer, ir atrás do meu sonho e tentar agarrá-lo. Se não der certo, paciência. Aí vou escolher outra meta e correr atrás dela. Sempre, sem desistir antes de tentar. E sabe que às vezes é melhor não pensar muito antes de fazer as coisas? Passei de fase naquele meu jogo e as coisas estão começando a ficar mesmo interessantes. Porque se divertir e aproveitar as coisas boas da vida nunca é demais. E é tão bom conseguir conversar com a minha mãe. Ontem, quando cheguei em casa, a gente ficou conversando um tempão, sobre tanta coisa que eu nem imaginava... Cumplicidade, talvez, porque é bom saber que (em certos casos) posso contar com ela. E a noite foi tranqüila, com sonhos bons e lembranças agradáveis — descobri que matar as saudades enquanto estou dormindo pode ser uma ótima saída. E hoje o dia amanheceu mais leve. Quem sabe as coisas não estejam começando a entrar nos seus devidos lugares?


1.3.04

Conheço bem a solidão, me solta 

Skank — Vou deixar

Acordei hoje e fiquei pensando, na minha cama, por horas. Umas duas horas ou mais, se não me engano. Como sempre, não cheguei a conclusão nenhuma, só imaginei diálogos, lembrei de coisas que aconteceram, analisei situações e, talvez, fiquei mais confusa do que já sou normalmente. É cada vez mais difícil conseguir desfazer tantos nós. Amigo. Cada vez mais eu tenho dificuldade de entender o verdadeiro significado dessa palavra. Porque eu devo ser muito ingênua para ser a última a perceber (ou será que sou sempre a última a acreditar?) que alguém que eu considero amigo é capaz de pisar feio na bola comigo e, pior, em situações que eu não imaginaria. E ainda acabei descobrindo que essa não foi a única vez. Depois quando digo que não sentiriam a minha falta (na verdade nem sentiram, tenho certeza), eu sou dramática. Mas fazem essas coisas comigo justamente porque sabem que eu relevo, deixo passar, esqueço fácil. E depois fica tudo bem, como se nada tivesse acontecido. Afinal, para quem é que vão ligar quando brigarem com o namorado, mesmo depois de tanto tempo sem atender aos meus telefonemas ou responder aos meus recados? Quem é que vai fazer companhia numa noite em que todos estão numa festa onde esse quase ex-namorado está? Quem é que está sempre pronta para emprestar o ombro, ouvir e dar conselhos quando for preciso? Whatever, preciso aprender a dar valor somente a quem se importa comigo. Porque essas coisas machucam, sabe? Como é que têm coragem de fazer isso hoje e, amanhã, olhar na minha cara como se nada tivesse acontecido? Queria entender isso da mesma forma que queria conseguir entender direito como funciona uma partida de tênis. Infelizmente acho que vai ser mais fácil virar torcedora número um do Guga. E pra terminar, só mais duas coisinhas. Primeira: Skank é a banda da vez. Há muito uma música não consegue mexer tanto comigo quando essa Vou Deixar. É só ela tocar que o meu coração já bate junto. Apesar de levar um susto toda vez que ouço o comecinho, amo aquela bateria. Já marcou essa fase, não tem mais como não lembrar das coisas que estão acontecendo agora. E segunda: dei uma de chata e resolvi voltar cedo da baladinha ontem. Assim, peguei a cerimônia do Oscar no meio, mas consegui ver Cidade de Deus perdendo as quatro estatuetas (devia ter levado a de Montagem, que está maravilhosa, mas os velhotes da academia nunca que iam mandar o prêmio pra cá) e Senhor dos Anéis levando todas (o filme é foda, mas sinceramente não acho que era pra tanto). Anyway, precisavam colocá-lo ao lado de Titanic — ia ser uma vergonha uma das trilogias mais comentadas e a segunda maior bilheteria do mundo ficar fora dessa. Na verdade, essas indicações do filme brasileiro pro Oscar só serviram mesmo pra me fazer lembrar que eu, burra, perdi a (ótima, sem falsa modéstia) entrevista que fiz com o Bráulio Mantovani sem nem ter usado...


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